Verbo (Mário Quintana)
No princípio era o verbo. O verbo
ser. Conjugava-se apenas no infinito. Ser, e nada mais.
Intransitivo absoluto.
Isso foi no princípio. Depois
transigiu, e muito. Em
vários modos, tempos e pessoas. Ah,
nem queiras saber
o que são as pessoas: eu, tu, ele,
nós, vós, eles...
Principalmente eles!
1 INTRODUÇÃO
Conjugar verbos é inerente
ao ser humano.
Os verbos desempenham uma função
importantíssima em qualquer língua, pois é em torno deles que se organizam
as orações e os períodos e se estrutura o pensamento.
Verbo significa, originariamente,
"palavra". Daí a expressão “linguagem verbal” .
Conjugar um verbo é, portanto, empregar
a palavra.
2. CONCEITO
Verbo é a palavra que se flexiona em
número (singular/plural), pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, ele), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo),
tempo (presente, pretérito, futuro) e voz
(ativa, passiva, reflexiva). O VERBO pode indicar ação (falo,
corro), estado (sou feliz, estamos animados, ficamos
surpresos), fenômeno natural (ventou muito, nevou).
Choveu muito.
O professor falou bem.
A criança correu.
O que caracteriza o verbo são suas flexões,
e não seus possíveis significados.
Observe que palavras como fala, corrida, chuva são
da mesma família de alguns verbos mencionados acima; mas não apresentam todas
as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
3. ESTRUTURA DAS FORMAS VERBAIS
Há três tipos de morfemas (elementos
que formam) que participam da estrutura das formas verbais: o radical, a vogal
temática e as desinências.
a) radical -
é a base do verbo , elemento que indica o significado essencial
do verbo: fal-ar , corr-er, part-ir
b) vogal temática -
é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências.
Em português, há três vogais
temáticas:
-a- caracteriza
os verbos da primeira conjugação: solt-a-r; deix-a-r; perdo-a-r;
-e- caracteriza
os verbos da segunda conjugação: esquec-e-r;
sofr-e-r; viv-e-r.
-i-caracteriza os verbos da terceira
conjugação: assist-i-r; permit-i-r, decid-i-r.
Observação:
O verbo pôr e seus derivados (supor,
depor, repor, compor, etc.) são considerados da segunda conjugação, pois sua
vogal temática é -e-, obtida da forma portuguesa arcaica poer, do latim ponere;
Tema: formado pelo radical + vogal
temática.
Exemplo: canta; vende; parti
c) desinências - são
morfemas( elementos) que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do
verbo. Há desinências número-pessoais ( número: singular e plural) e
desinências modo-temporais( modo: indicativo, subjuntivo, imperativo) tempo:
presente, pretérito e futuro)
falá-sse-mos > falá-: tema
(radical + vogal temática) -sse-: desinência modo-temporal (indica o modo -
subjuntivo - e o tempo – pretérito imperfeito - em que o verbo está conjugado)
- mos: desinência número-pessoal (indica que o verbo se refere à primeira
pessoa do plural)
Observação:
As desinências são sempre fixas,
portanto podemos memorizar os tempos verbais por elas.
Por exemplo: -va é
desinência(terminação) do pretérito imperfeito do indicativo dos verbos
terminados em –ar falaVA
-RA: mais-que-perfeito do
indicativo: falarRA, vendeRA, , partiRA
-IA: para verbos terminados em –er;
-ir (Vendia, partia)
-REI: desinência do futuro do
presente do indicativo: falarei, venderei, partirei
-RIA: desinência do futuro do
pretérito do indicativo: falaria, venderia, partiria
–STE: desinência do pretérito
perfeito do indicativo: tu falaste, vendeste, partiste.
-STES – VÓS CANTASTES, VENDESTES,
PARTISTES
–SSE: desinência do imperfeito do
subjuntivo: falasse, vendesse, partisse.
-M , MARCA DE PLURAL eles jogaM
Nenhum comentário:
Postar um comentário