terça-feira, 8 de novembro de 2016

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Inefável

Significado:  qualidade daquilo que não se pode exprimir por palavras.

Ecdemomania

Significado: impulso mórbido ou obsessão em viajar ou passear. Desejo compulsivo de perambular longe de casa ou do lar, fugir de casa.

                                        Resultado de imagem para fusquinha com malas

Cacoete x Cagoete

Cacoete = gesto, trejeito ou hábito corporal feio, anormal ou vicioso.

Cagoete/Caguete = espião, delator, dedo-duro



Uso do Gerúndio

O uso adequado do gerúndio ainda provoca muitas dúvidas entre os falantes. Alguns chegam a evitá-lo, temendo cair na armadilha do famigerado gerundismo.


                               Uso do gerúndio
O gerúndio é uma forma nominal que indica uma ação em andamento, não finalizada no momento da fala.


Você sabe fazer o uso do gerúndio? Uma das formas nominais do verbo, o gerúndio deve ser empregado em situações específicas: nas orações adverbiais, indicando circunstâncias como tempo, causa, modo, entre outras. Contudo, o uso indiscriminado dessa forma tem levado ao que chamamos de gerundismo, um tipo de cacoete linguístico que virou moda entre os falantes.

Quando os verbos são terminados em -ndo, como em falando, brincando, estudando e correndo, eles estão flexionados no gerúndio, cuja principal característica é indicar uma ação contínua, ou seja, uma ação que está em andamento, não finalizada no momento em que se fala. Observe alguns exemplos:

Chegando as férias, viajarei para o campo.

Ele chegou em casa reclamando do trânsito.

A bailarina está dançando no palco.

Comportando-se bem, ganhou dos pais um aumento na mesada.


Até aí, tudo bem, o gerúndio está cumprindo adequadamente o seu papel, perdendo algumas características de verbo e ganhando outras características de nome, não importa se substantivo, adjetivo ou advérbio. Contudo, muitos falantes têm abusado da forma nominal, utilizando-a em situações em que ela é dispensável. Nesse caso, ocorre o famigerado gerundismo, muito discutido entre os estudiosos da língua. Enquanto muitos defendem esse fenômeno a partir do princípio de que a língua é dinâmica, portanto, mutável; outros, mais radicais, pregam que ele deve ser abolido da fala. Observe alguns exemplos de gerundismo:

A empresa vai estar convocando os funcionários para trabalhar aos domingos.

A professora vai estar aplicando a avaliação na segunda-feira.

A empresa vai estar depositando o salário dos funcionários a partir de amanhã.


                    É preciso, para evitar confusões desnecessárias, deixar claras as diferenças entre o gerúndio e o gerundismo
É preciso, para evitar confusões desnecessárias, deixar claras as diferenças entre o gerúndio e o gerundismo.

O gerundismo nada mais é do que o emprego do gerúndio para indicar ações futuras, subvertendo sua real função gramatical, que é a de indicar uma ação em andamento. Observe agora as mesmas frases reescritas de forma direta, sem a interferência do gerundismo:

A empresa vai convocar os funcionários para trabalhar aos domingos.

A professora vai aplicar a avaliação na segunda-feira.

A empresa vai depositar o salário dos funcionários a partir de amanhã.

Ou:

A empresa convocará os funcionários para trabalhar aos domingos.

A professora aplicará a avaliação na segunda-feira.

A empresa depositará o salário dos funcionários a partir de amanhã.


O gerundismo, considerado por muitos linguistas um exemplo de galicismo, é uma ocorrência antiga na língua portuguesa, e sendo assim, é pouco provável que ele seja apenas mais um modismo linguístico. Alguns estudiosos apontam que ele, inclusive, tem boas chances de um dia ganhar seu espaço na gramática normativa, assim como aconteceu com outros modismos que começaram na fala e terminaram dicionarizados. Essa é uma questão polêmica, mas é preciso optar pelo bom senso, afinal de contas, por que utilizar três verbos (vai estar fazendo, vai estar resolvendo) quando apenas um dá conta perfeitamente do recado? Pense nisso e bons estudos!

Infinitivo

O infinitivo, assim como o particípio e o gerúndio, é uma forma nominal do verbo. Pode ser classificado como infinitivo pessoal e infinitivo impessoal.

                               Infinitivo

Você já deve saber que os verbos são palavras que exprimem ação, estado, mudança de estado e fenômenos meteorológicos, sempre em relação a determinado tempo, não é mesmo? Mas você sabia que, em determinadas situações, os verbos podem desempenhar também a função de um nome, sem exprimir nem o tempo nem o modo verbal?

Pois é, quando o verbo apresenta-se dessa maneira, dizemos que essas são suas formas nominais. São três as formas nominais do verbo: gerúndio, particípio e infinitivo, derivadas do tema (radical + vogal temática) acrescido das desinências:


  • -r: para o infinitivo: cantar, conhecer, sorrir
  • -do: para o particípio: cantado, conhecido, sorrido
  • -ndo: para o gerúndio: cantando, conhecendo, sorrindo
Hoje vamos falar um pouco mais sobre o infinitivo, forma nominal que apresenta o processo verbal em potência, exprimindo a ação verbal propriamente dita e, por isso, aproximando-se do substantivo. Dizemos também que o infinitivo é o “nome” dos verbos, já que é nessa forma que encontramos, por exemplo, os verbos no dicionário. Ele poderá ser identificado por meio de suas terminações, que indicam as três conjugações verbais. São elas:


1ª conjugação = -ar (falar, gostar, brincar, trabalhar)


2ª conjugação = -er (beber, ver, escrever, perder)

3ª conjugação = -ir (pedir, mentir, ferir, sorrir)

O infinitivo pode ser classificado como pessoal e impessoal. O infinitivo pessoal é uma peculiaridade linguística, conhecido também como idiotismo. Alguns estudiosos afirmam que ele só existe no húngaro, no português e em alguns dialetos italianos, o que deixa o assunto ainda mais interessante. Sua terminação é idêntica à terminação do futuro do subjuntivo, sendo empregada principalmente nas orações reduzidas de infinitivo e flexionada nas situações descritas a seguir:



1.Quando a intenção for indeterminar o sujeito: Estou limpando a casa para não me chamarem de preguiçoso.

2. Quando o sujeito da oração estiver explícito: Se tu não falares agora, vou-me embora.

3. Quando houver sujeito diferente daquele da oração principal: Os professores pediram para os alunos ficarem em silêncio durante a aula.

4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação: Vimos os adversários agredirem-se verbalmente.


O infinitivo impessoal é construído sem sujeito porque não faz referência a uma pessoa gramatical. Dizemos que essa é a “forma pura” do verbo, tal qual eles são encontrados nos verbetes de dicionários. Seu uso está condicionado às seguintes situações:

1. Quando não fizer referência a um sujeito determinado e apresentar uma ideia genérica: Fumar é prejudicial para a saúde.

2. Quando tiver o valor de imperativo: Soldados, marchar!

3. Quando for regido por preposição e funcionar como complemento de um nome da oração anterior: Os turistas foram impedidos de entrar no país.


Observação: Na voz passiva dos verbos contentar, tomar e ouvir, por exemplo, o infinitivo deve ser flexionado. Observe:


Eram clientes fáceis de serem contentados.
Eram decisões difíceis de serem tomadas.
As músicas que a orquestra executou eram agradáveis de serem ouvidas.


Siga as regras e bons estudos!

Formação das Palavras

                              Formação das Palavras

Palavras primitivas: são palavras que servem como base para a formação de outra e que não foram formadas a partir de outro radical da língua.
Exemplos: pedra, flor, casa.


Palavras derivadas: são palavras formadas a partir de outros radicais.

Exemplos: pedreiro, floricultura, casebre.


No português, os principais processos para formar palavras novas são dois: derivação e composição.


Derivação 

É a formação de palavras a partir da anexação de afixos à palavra primitiva.
Exemplos: inútil = prefixo in + radical útil.

O processo de derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressivo e impróprio.


Derivação Prefixal

Faz-se pela anexação de prefixo à palavra primitiva.

Exemplos: desfazer, refazer.


Derivação Sufixal 

Faz-se pela anexação de sufixo à palavra primitiva.
Exemplos: alegremente, carinhoso.
Os sufixos são divididos em nominais, verbais e adverbiais.
Sufixos nominais são os que derivam substantivos e adjetivos;
Sufixos verbais são os que derivam verbos;
Sufixo adverbial é o que deriva advérbio, esse existe apenas um: -mente


Derivação Parassintética

Faz-se pela anexação simultânea de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
Exemplos: desalmado, entristecer.

A derivação parassintética só acontece quando os dois morfemas (prefixo e sufixo) se unem ao radical simultaneamente. Note que na palavra desalmado houve parassíntese. É fácil perceber, pois não existe a palavra desalma, da qual teria vindo desalmado, da mesma forma não existe a palavra almado, da qual também teria vindo desalmado. Portanto, ocorreu anexação de prefixo e sufixo ao mesmo tempo.


Derivação Regressiva 

Faz-se pela redução da palavra primitiva.
Exemplos: trabalho (trabalhar), choro (chorar).

O processo de derivação regressiva produz os substantivos deverbais, esses são substantivos derivados a partir de verbos.


Derivação Imprópria 

Forma-se quando uma palavra muda de classe gramatical sem que a forma da primitiva seja alterada.
Exemplos: O infeliz faltou ao serviço hoje. (adjetivo torna-se substantivo).

Não aceito um não como resposta. (advérbio torna-se substantivo, o artigo um substantiva o advérbio).


Composição

O processo de composição forma palavras através da junção de dois ou mais radicais.

Exemplos: guarda-roupa, pombo-correio.

Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição.


Composição por Aglutinação 

Ocorre quando um dos radicais, ao se unirem, sofre alterações.

Exemplos: planalto (plano + alto), embora (em + boa + hora).


Composição por Justaposição

Ocorre quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações.

Exemplos: pé-de-galinha, passatempo, cachorro-quente, girassol.




Outros processos


Hibridismo 

Ocorre quando os elementos que formam a palavra são de idiomas diferentes.
Exemplos: automóvel (auto= grego, móvel= latim), televisão (tele= grego, visão=latim).


Onomatopeia

Acontece nas palavras que simbolizam a reprodução de determinados sons.
Exemplos: tique-taque, zunzum.


Redução ou Abreviação

Esse processo se manifesta quando uma palavra é muito longa, pois forma novas palavras a partir da redução ou abreviação de palavras já existentes.
Exemplos: pornô (pornográfico), moto (motocicleta), pneu (pneumático).


Neologismo

É a criação de novas palavras para atender às necessidades dos falantes em contextos específicos.
Veja os neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos Drummond de Andrade:

Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Orfismo

O Orfismo, também conhecido como primeira fase do modernismo em Portugal, foi criado por um grupo de artistas portugueses, entre eles, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.


                   Orfismo
A revista Orpheu foi criada por um grupo de artistas plásticos e escritores que tinha como principal objetivo divulgar a estética modernista em Portugal.

A literatura moderna em Portugal pode ser analisada a partir do estudo de suas principais vertentes, entre elas o Orfismo, também conhecido como a primeira fase do modernismo português. Inaugurado no início do século XX, o modernismo contou com diversos representantes, nomes que deixaram uma contribuição indelével para a literatura em língua portuguesa.

O Orfismo teve início em 1915 em meio a um período político-econômico conturbado para a Europa. Foi nesse clima de tensão que um grupo de artistas plásticos e escritores uniu-se para encontrar novas formas de expressão literária que rompessem com o acanhado meio cultural português. A Europa experimentava a eclosão de diversas correntes estéticas, entre elas o Futurismo e o Cubismo, vanguardas que conquistaram espaço em várias manifestações artísticas ao romper com o passadismo e com a tradição simbolista vigente. Influenciados por essa efervescência cultural, os escritores Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Raul Leal, Luís de Montalvor e o brasileiro Ronald de Carvalho — esse último responsável pela publicação no Brasil — criaram a revista Orpheu (daí o nome Orfismo) com o objetivo de divulgar o modernismo em Portugal.

A revista Orpheu foi responsável por disseminar a estética modernista e, embora influente no meio literário, teve apenas dois números publicados, o primeiro em março de 1915 e o segundo em junho do mesmo ano. A publicação sucumbiu à incompreensão da crítica conservadora — defensora ferrenha da literatura tradicional — e ao fim do mecenato involuntário do pai de Mário de Sá-Carneiro, que, em julho de 1915, negou-se a bancar a publicação do terceiro número da revista, levando a empreitada à falência.

                              Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros foram os principais representantes do Orfismo na literatura portuguesa
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros foram os principais representantes do Orfismo na literatura portuguesa.


“O que é propriamente revista em sua essência de vida e cotidiano, deixa-o de ser ORPHEU, para melhor se engalanar do seu título e propôr-se.
E propondo-se, vincula o direito de em primeiro lugar se desassemelhar de outros meios, maneiras de formas de realizar arte, tendo por notável nosso volume de Beleza não ser incaracterístico ou fragmentado, como literárias que são essas duas formas de fazer revista ou jornal.
Puras e raras suas intenções como seu destino de Beleza é o do:—Exílio!
Bem propriamente, ORPHEU, é um exílio de temperamentos de arte que a querem como a um segredo ou tormento…
Nossa pretenção é formar, em grupo ou ideia, um número escolhido de revelações em pensamento ou arte, que sobre este princípio aristocrático tenham em ORPHEU o seu ideal esotérico e bem nosso de nos sentirmos e conhecermo-nos.
A fotografia de geração, raça ou meio, com o seu mundo imediato de exibição a que frequentemente se chama literatura e é sumo do que para aí se intitula revista, com a variedade a inferiorizar pela igualdade de assuntos (artigo, seção ou momentos) qualquer tentativa de arte —deixa de existir no texto preocupado de ORPHEU.
Isto explica nossa ansiedade e nossa essência! (...)”.

(Introdução de Luís de Montalvor para o primeiro número da Revista Orpheu)

A revista Orpheu, a despeito de seu fracasso comercial e breve história, deixou uma imensa contribuição para a literatura moderna. Seu primeiro número é considerado o marco inicial do movimento modernista em Portugal, pois foi em suas páginas que a poesia rompeu com os padrões estéticos e apresentou novos contornos ao abandonar a poesia de caráter histórico. Nessa nova poesia, o homem e seu espanto de existir são a principal temática, bem como a preocupação com o futuro. Essa ruptura causou grande estranhamento entre a crítica literária e chocou a burguesia portuguesa, habituada ao estilo passadista de sua literatura.

O Orfismo teve relevância até 1927, quando enfim cedeu espaço para o início da segunda geração modernista, o Presencismo. Para que você conheça um pouco mais da literatura produzida durante esse período, selecionamos  poemas de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro e uma prosa poética de Almada Negreiros, textos que bem ilustram a estética da primeira fase do modernismo português. Boa leitura!

“À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica  
Tenho febre e escrevo.  
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,  
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!  
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!  
Em fúria fora e dentro de mim,  
Por todos os meus nervos dissecados fora,  
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!  
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,  
De vos ouvir demasiadamente de perto,  
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso  
De expressão de todas as minhas sensações,  
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!(...)”

(Excerto do poema “Ode Triunfal”, do heterônimo Álvaro de Campos, Fernando Pessoa. Publicado na Revista Orpheu nº1).




Taciturno

Há Ouro marchetado em mim, a pedras raras,
Ouro sinistro em sons de bronzes medievais -
Joia profunda a minha Alma a luzes caras,
Cibório triangular de ritos infernais.

No meu mundo interior cerraram-se armaduras,
Capacetes de ferro esmagaram Princesas.
Toda uma estirpe rial de herois d'Outras bravuras
Em mim se despojou dos seus brazões e presas.

Heraldicas-luar sobre ímpetos de rubro,
Humilhações a liz, desforços de brocado;
Bazilicas de tédio, arnezes de crispado,
Insignias de Ilusão, troféus de jaspe e Outubro...

A ponte levadiça e baça de Eu-ter-sido
Enferrujou - embalde a tentarão descer...
Sobre fossos de Vago, ameias de inda-querer -
Manhãs de armas ainda em arraiais de olvido...

Percorro-me em salões sem janelas nem portas,
Longas salas de trôno a espessas densidades,
Onde os pânos de Arrás são esgarçadas saudades,
E os divans, em redór, ansias lassas, absortas...

Ha rôxos fins de Imperio em meu renunciar -
Caprichos de setim do meu desdem Astral...
Ha exéquias de herois na minha dôr feudal -
E os meus remorsos são terraços sobre o Mar...

(Poema de Mário de Sá-Carneiro publicado na Revista Orpheu nº1 - Ortografia original preservada).



Canção da Saudade

Se eu fosse cego amava toda a gente. 

Não é por ti que dormes em meus braços que sinto amor. Eu amo a minha irmã gemea que nasceu sem vida, e amo-a a fantazia-la viva na minha edade. 

Tu, meu amor, que nome é o teu? Dize onde vives, dize onde móras, dize se vives ou se já nasceste. 

Eu amo aquella mão branca dependurada da amurada da galé que partia em busca de outras galés perdidas em mares longissimos. 

Eu amo um sorriso que julgo ter visto em luz do fim-do-dia por entre as gentes apressadas. 

Eu amo aquellas mulheres formosas que indiferentes passaram a meu lado e nunca mais os meus olhos pararam nelas. 

Eu amo os cemiterios - as lágens são espessas vidraças transparentes, e eu vejo deitadas em leitos florídos virgens núas, mulheres bellas rindo-se para mim. 

Eu amo a noite, porque na luz fugida as silhuetas indecisas das mulheres são como as silhuetas indecisas das mulheres que vivem em meus sonhos. Eu amo a lua do lado que eu nunca vi. 

Se eu fosse cego amava toda a gente. 

(Prosa poética de Almada Negreiros publicada na Revista Orpheu nº1 – Ortografia original preservada).


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Cela x Sela

Cela - Compartimento em que se coloca(m) o(s) prisioneiro(s) em cadeias, penitenciárias.

Sela - peça de couro posta sobre o lombo da cavalgadura, sobre a qual senta o cavaleiro e na qual são presos outros apetrechos dos arreios.




Cela


Sela


Abobada x Abóbada

Abobada -  inocente, infantil, criança, pessoa não sagaz.

Abóbada - construção arqueada feita de concreto, pedras ou tijolos em forma de cunha, destinada a cobrir um espaço, apoiando-se sobre paredes, pilares ou colunas.




Abobada


Abóbada


Puxar a x Puxar à

Puxou a mãe - Sentido de puxar a mãe para algum lugar.

Puxou à mãe - Sentido de parecer-se com a mãe em algum aspecto físico ou jeito de agir.



Puxou a mãe


Puxou à mãe

Taxa x Tacha

Taxa - preço fixo regulamentado por convenção ou pelo uso; tributo arrecadado pela União, ou pelos estados ou pelos municípios, a título de prestar certos serviços à população em geral.

Tacha - defeito moral; desonra, mácula; pequeno prego de cabeça chata.



Taxa


Tacha



terça-feira, 4 de outubro de 2016

Suar x Soar

Suar - verter (suor, líquido etc.) pelos poros; transpirar.

Soar - produzir som.



Suar




Soar

Conserto x Concerto

Conserto - é conjugação do verbo "consertar" (eu conserto, tu consertas, ele consertas, etc...). Portanto, "conserto" tem o sentido de reparar alguma coisa que se quebrou, remendar, corrigir. Para decorar, basta associar "conserto" com sola de sapato: vou consertar as solas dos sapatos velhos.

Concerto - é uma composição musical escrita para um ou mais instrumentos solistas, cujo acompanhamento pode ser feito por uma orquestra ou um piano. Modernamente o termo tem sido empregado para qualquer espetáculo musical, nos mais diferentes formatos.




Conserto



Concerto


Granizo x Granito

Granizo - precipitação atmosférica constituída de pedregulhos de gelo, formados nas nuvens, devido à queda brusca de temperatura.


Granito - Rocha cristalina formada de uma mistura heterogênea de quartzo, feldspato e biotita.




Granizo




Granito




segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A fora x Afora

A fora é uma locução adverbial usada apenas em oposição a "de dentro".

Afora é um advérbio e significa "para o lado de fora" (representando espaço) ou ao longo (representando tempo).


Alguns exemplos:

Meus pais viajaram mundo afora.
O cachorro saiu porta afora.
Leu livros noite afora.

Ajudou a limpar de dentro a fora.
Dedetizou a casa de dentro a fora.
Procurei em todos os lugares, de dentro a fora de casa.



A palavra “afora” pode também ser utilizada como preposição, com o mesmo sentido de “à exceção de”, “além de”. Alguns exemplos: Afora meu irmão, todos participaram da reunião. / Todos saíram após o sinal,  afora aquela mulher.  / Afora Paulo, todos os alunos tiveram boas notas.

Plural

Qualquer substantivo usado como adjetivo fica invariável

reuniões relâmpago                   calças rosa

festas monstro                          tintas salmão

vestidos laranja                         paredes gelo

ternos cinza                              tons pastel

blusas creme                            vestidos vinho




Nota-se que o segundo elemento de todos os exemplos acima é um substantivo (relâmpago, monstro, laranja…). No entanto, nessas situações, esses termos deixam de exercer a função de substantivo e passam a funcionar adjetivos, por isso não vão para o plural.

Plural

Qualquer substantivo usado como adjetivo fica invariável

reuniões relâmpago                   calças rosa

festas monstro                          tintas salmão

vestidos laranja                         paredes gelo

ternos cinza                              tons pastel

blusas creme                            vestidos vinho




Nota-se que o segundo elemento de todos os exemplos acima é um substantivo (relâmpago, monstro, laranja…). No entanto, nessas situações, esses termos deixam de exercer a função de substantivo e passam a funcionar adjetivos, por isso não vão para o plural.

Nominalização

Significado: É o emprego de um substantivo que remete a um verbo anteriormente mencionado. 

Exemplos:

"O ser humano guerreia incessantemente. A guerra, contudo, não lhe rende paz alguma." 

Armando se casou, mas o casamento não durou muito.

Meus pais não se encontraram com o prefeito, pois o encontro foi adiado mais uma vez.

Os estudantes se apresentaram no auditório da universidade e a apresentação foi um sucesso.

Aposto, Aposto, Apóstolo, Apóstrofe, Apóstrofo

  /ô/
Aposto  - Termo acessório da oração que se anexa a um substantivo ou pronome substantivo para esclarecer, desenvolver, explicar ou especificar uma ideia expressa anteriormente.

  /ó/
Aposto - Verbo Apostar - 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo.

Apóstolo - Cada um dos doze discípulos de Jesus.

Apóstrofe - Figura de linguagem que consiste numa invocação, interpelação* ou chamamento de algo personificado ou de alguém. 

Apóstrofo - Sinal gráfico em forma de vírgula que tem a função de indicar a supressão** de letras em uma palavra.

*Interpelação - ato jurídico, judicial ou extrajudicial, pelo qual é declarada ao devedor a exigência do cumprimento de uma obrigação civil, sob pena de incorrer em mora.

**Supressão - ato ou efeito de eliminar (uma parte) de (um todo); corte, retirada.


Vamos aos exemplos para reforçar o conteúdo aprendido:

Carlos, professor de matemática, recebeu um prêmio pelo trabalho realizado em sala de aula. (aposto)

Eu aposto que os diretores da empresa viajarão na próxima semana. (verbo)

Na tradição cristã, o apóstolo é um mensageiro, aquele que é mandado em missão. (substantivo)

Ó mar salgado, quanto  de teu sal são lágrimas de Portugal!” (apóstrofe – figura de linguagem)


Pau-d’arco, estrela-d’alva, galinha-d’angola, copo d’água e caixa d’água são exemplos de palavras escritas com apóstrofo. (sinal gráfico)

Redundâncias devem ser evitadas!

Elo de ligação                               Amanheceu o dia

Encarar de frente                          Novo laçamento

Há dois anos atrás                        Minha opinião pessoal

Sorriso nos lábios                         Detalhes minuciosos

Conviver juntos                            Metades Iguais

Consenso geral                            Surpresa inesperada


Um dos vícios mais comuns da linguagem é a redundância, e talvez, exatamente por isso, seja difícil perceber quando estamos sendo redundantes. É mais comum falar de maneira redundante do que escrever, uma vez que, quando escrevemos, damos mais atenção para as palavras e a formação das orações e, quando falamos, não refletimos muito sobre o que estamos dizendo. A redundância consiste em repetir uma ideia que já está explícita no discurso, fazendo com que ele fique cansativo e comprometa a qualidade da mensagem.

O termo "ora"

Ora - Advérbio de tempo (= agora, no momento)

Exemplo:

Por ora, prefiro não falar mais nada.

***

Ora - Conjunção Alternativa 

Exemplo:

Ora você estuda, ora você ouve música.

***

Ora - Interjeição

Exemplo:

Ora! Vai dizer que não foi você quem fez aquilo?

***

Ora - Verbo

Exemplo:

Ela ora todos os dias antes de dormir. (Presente do Indicativo)
Ora, que tuas orações serão atendidas. (Imperativo Afirmativo)

***


Qual seria então a forma correta? “Por hora, deixe-o ficar quieto.” Ou… “Por ora, deixe-o ficar quieto.” Fique sempre com a segunda opção.

Fluido x Fluído

Fluido 

Significado: Substância geralmente líquida

Flui-do -> Palavra dissílaba, cuja sílaba tônica é flui.


Exemplos:

Acabou o fluido  do isqueiro.
São exemplos de fluidos a água, o ar, o sangue, o vidro.
Fluido é o líquido que se coloca no sistema de freios dos automóveis.

***

Fluído

Significado: Particípio do verbo "fluir" - jorrar em estado líquido.

Flu-í-do -> Palavra trissílaba, cuja sílaba tônica é í.


Exemplos:

A água tinha fluído pelos canos.
Só sairei daqui depois que as águas tiverem fluído.
Todo o óleo tinha fluído para o chão da garagem.

***



O termo fluido também pode funcionar como adjetivo, empregado no sentido figurado. Por exemplo: Será que algum dia poderemos manter um diálogo fluido com os governantes? No caso, diálogo fluido é um diálogo fácil, espontâneo, corrente. Há ainda a expressão mística “bons fluidos”, que deve ser escrita sem acento. Por exemplo: Eu sinto bons fluidos nesta casa.

HUMOR

HUMOR