segunda-feira, 17 de julho de 2017

Verbos que merecem uma atenção especial

Eu meço (medir)
Eu caibo (caber)
Eu valho (valer)
Eu pulo (polir)
Eu compito (competir)
Eu adiro (aderir)
Eu freio (frear)
Eu digiro (digerir)
Eu suo (suar)
Eu soo (soar)
Eu arguo (arguir)
Eu equivalho (equivaler)
Eu anseio (ansiar)

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Livros Lidos

Garota Exemplar - Gillian Flynn

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Resenha

Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise. Com 4 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo o maior sucesso editorial do ano, atrás apenas da Trilogia Cinquenta tons de cinza , "Garota Exemplar" alia humor perspicaz a uma narrativa eletrizante. O resultado é uma atmosfera de dúvidas que faz o leitor mudar de opinião a cada capítulo. Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?

A narrativa inovadora da autora Gillian Flynn optou por mostrar uma faceta obscura e psicótica dos casamentos, indo muito além do “viveram felizes para sempre”. A trama é intensa, confusa, surpreendente e dolorosamente real. Aqui as aparências enganam, a lógica é trapaceada pela imaginação, e os personagens são de carne e osso: rancorosos, vingativos, mentirosos. E isso não significa que a história seja um reflexo puro de nossa sociedade, mas sim que a trama é capaz de mostrar com veracidade a obscuridade da mente humana – o que, sem dúvida, dá margem para infinitas reflexões sobre quem nós verdadeiramente somos sem máscaras e sem falsidades.

O livro é narrado sob duas perspectivas (intercaladas entre presente e passado): a de Nick, que descobre que sua mulher desapareceu e segue os dias a procura dela; e a do diário de Amy, que retrata o casamento dos dois, mostrando as falhas de Nick como marido e dando vida ao medo que ela estava sentindo de seu esposo. De começo a leitura é meio arrastada entre as reflexões emocionais de Nick, entretanto em menos de cinquenta páginas o clima do livro esquenta e as dúvidas começam a afligir o leitor. O fato é que os pontos de vista dos protagonistas são completamente discrepantes, de forma que enquanto Nick descreve uma esposa fria e um casamento desmoronando, Amy escreve sobre amor, recomeços, e um Nick alheio às tentativas de reconciliação de sua esposa. Portanto a grande dúvida da trama não é apenas a respeito do que realmente aconteceu com Amy, mas sim de quem, nesse emaranhado de emoções e lembranças, está dizendo a verdade: Nick, com sua frieza e indiferença calculada, ou Amy, com seu sorriso dócil e memórias calorosas? E o charme da história é que, independente de nossas teorias, a autora consegue surpreender completamente o leitor, deixando-nos de queixo caído com seu talento e criatividade. 


Além do romance, do mistério, da crítica velada às aparências, e da construção de personagens reais e psicologicamente perturbados, a autora também faz uma boa crítica às convenções sociais, as mídias televisivas mentirosas e gananciosas, e a mudança na forma de propagação da informação. Outro ponto positivo é o final impactante que a trama reserva. A narrativa da autora, gera reflexão, confusão e, de certa maneira, a aceitação do impossível, a banalização das mentes insanas. Sem contar que essa leitura marca o leitor pelo fato de enganá-lo, confundi-lo e surpreendê-lo repetitivamente, de forma que o sentimento final é: como é que eu não pensei nisso antes?

De fato Garota Exemplar possui tantas camadas que é possível compreendê-lo e lê-lo de diversas maneiras. É como se cada palavra tivesse mil significados contraditórios, fazendo com que cada leitor enxergue a trama de um modo diferente. E isso é tão grandiosamente incrível, pois torna o livro ainda mais humano e único, porque é definitivamente isso que o livro aborda: as nuances diferentes e incompreensíveis da mente humana, mentes maníacas, mas ainda assim humanas. 

-Adaptado-

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Procrastinar

Significado: Ato de adiar ou prolongar uma ação para ser resolvida depois. 

O verbo procrastinar é utilizado no sentido de negligenciamento de atividades, quando um trabalho não recebe a devida atenção e importância que deveria, sendo deixado de lado.

O ato de procrastinar está relacionado com a ansiedade, estresse, falta de criatividade e outros sentimentos que ajudam a desconcentrar a pessoa de seu objetivo.

Capcioso

Significado: Que procura levar ao erro; que tem ou é feito com intenção prévia maliciosa, para fazer com que se notem defeitos em algo, ou que se levantem objeções etc. Ardiloso; Astucioso.

Ex.: E num gesto de astúcia me fez uma pergunta capciosa, tentando fazer com que eu dissesse tudo o que sabia sobre o caso.


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Dicotomia

Palavra de origem grega.

O prefixo "di" significa "dois" e "tomo" significa parte.

Observe a definição no dicionário Larousse:

 "1. Divisão em dois: oposição entre duas coisas. 

2. Divisão de um conceito em duas partes, que abrangem todo o conceito."

Vigorexia

Significado: Distúrbio psicológico que se manifesta no exercício físico associado à preocupação obsessiva com o volume muscular.


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Hedonismo

Significado: Doutrina filosófica que faz do prazer um bem supremo e objeto da vida.


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Numismática

Significado: Ciência que tem por objetivo o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico de moedas e medalhas.

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Cenosilicafobia

Significado: Fobia caracterizada pelo medo paralisante e irracional de ver copos vazios.

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Selficídio

Significado: Busca pela foto perfeita devido ao uso compulsivo do celular.

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Trapizonga

Significado: Coisas confusas ou desordenadas, porção de trastes miúdos.


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terça-feira, 25 de abril de 2017

Tipos de Gramática - Parte V (Final)

 A chamada Gramática Comparada ou Linguística Comparada como outros também a chamam, surgiu no século XVII, e só ganhou força no século XIX, com os pensamentos voltados para a ideia de um ideal universal das línguas, tendo como referentes razões bíblicas, crenças, formação de uma gramática universal, preocupando-se então com os aspectos diacrônicos das línguas, como elas evoluem, assim sendo, buscavam compará-las e assim encontrar parentescos entre as diversas línguas.

 Podemos citar como um nome extremamente relevante dessa época, o alemão Franz Bopp (1791-1867), considerado o fundador da Gramática Comparada, o mesmo, escreveu um livro sobre a conjugação do sânscrito, abrindo novas perspectivas para a linguística, sendo considerado um filólogo do sânscrito.

 Com a comparação do sânscrito com outras línguas, notou-se parentesco entre o sânscrito, línguas gregas, latinas, persas e germânicas, atribuindo a essa "família" de línguas o nome Indo-Europeias. Os estudiosos que voltam seus estudos para as línguas Indo-Europeias, consideram essas línguas sendo de uma mesma família com uma origem e comum, o Indo-Europeu, o que poderíamos chamar de proto-língua. Essa observação foi percebida através do método comparativo. 

 Eni Orlandi, diz que a grande contribuição das Gramáticas Comparadas foi evidenciar que as mudanças sofridas pelas línguas são regulares, têm uma direção. Não são caóticas como se pensava.  No século XIX, para mostrar a regularidade das mudanças, alguns gramáticos históricos, os neogramáticos chegaram a enunciar leis para as mudanças da língua: as leis fonéticas. Por elas, os estudiosos procuravam explicar a evolução da língua. 

 Devido aos neogramáticos que a língua deixou de ser vista como um organismo que se desenvolve por si e passou a ser vista como um coletivo.

 Então, a Gramática Comparada constitui-se no século XIX, a partir dos trabalhos de Franz Bopp. Caracterizou-se pela utilização do método comparativo, que consiste em comparar formas semelhantes de línguas consideradas como sendo da mesma família de línguas. A Linguística Comparada, tem como objetivo estabelecer correspondências entre línguas para poder estabelecer suas relações de parentesco. A gramática comparativa estuda a analogia entre um grupo de línguas congêneres. 

 Enfim, chegamos ao final da série de artigos sobre a Gramática. Claro que vimos apenas alguns tipos de Gramáticas, muitos outros, dependendo da língua, são existentes e não foram vistos por nós nestas oportunidades.

Tipos de Gramática - Parte IV

 Já vimos que a Gramática é a disciplina que orienta e regula o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios como os escritores, a lógica, a tradição ou o bom senso. Também sabemos que a matéria-prima da Gramática é o sistema de normas que dá estrutura a uma língua e que são essas normas que definem a chamada língua padrão, língua culta ou norma culta.

 Há muito já sabemos que o chamado estudo dos fatos da língua, começado pelos gregos e continuado principalmente pelos franceses, era chamado genericamente, de Gramática e procurava, sobretudo, estabelecer regras. Logo, veio a Filologia, que, comparando textos de épocas distintas e decodificando línguas arcaicas, passou a se ocupar também da história literária e dos costumes de cada região. Dessa forma, foram se definindo a Gramática Histórica ou Diacrônica. Assim, podemos dizer que a Gramática Histórica se ocupa de estudar a evolução dos diversos fatos da língua desde a sua estirpe até a época presente, ou ainda, de analisar a evolução histórica de uma língua, isto é, pode-se dizer que a Gramática Histórica é a apresentação metódica da história interna de uma língua. 

 Também podemos entender a Gramática Histórica como sendo aquela que estuda uma sequência de fases evolutivas de um idioma (Bechara, 1968). Estuda a origem e a evolução de uma língua, acompanhando-lhe as fases desde seu aparecimento até o momento atual (Travaglia, 2005: 36).

 Como a Gramática Histórica propõe-se a estudar os fatos de uma língua em sucessivas épocas ou em épocas anteriores à nossa alguns preferem chamá-la de linguística diacrônica, por só considerarem gramática, em seu verdadeiro sentido, a Gramática Normativa.

 Pois bem, sabemos que a Linguística Diacrônica cuida da análise de fenômenos linguísticos nos diferentes momentos históricos da língua a que pertence e diferencia-se da Linguística Sincrônica que estuda a língua num momento histórico determinado, atual ou não.

Tipos de Gramática - Parte III

 A chamada Gramática Descritiva destina-se a descrever ou explicar as línguas tais como elas são faladas. Explicita as regras que realmente são utilizadas pelos falantes. Descreve como se dá o funcionamento da língua e seus usos; é o conjunto de regras sobre o funcionamento de uma língua nos mais diversos aspectos ou níveis. A principal diferença em relação à gramática normativa, é que, na primeira, há a preocupação em ditar regras que muitas vezes só são observadas na escrita, enquanto que a Gramática  Descritiva explicita as regras que os falantes sabem e que usam no dia a dia.

 Sob a ótica de Silva (1999. p. 15-16), a chamada gramática descritiva tem por objetivo descrever as observações linguísticas atestadas entre os falantes de uma determinada língua. Sem prescrever normas ou definir padrões em termos de julgamento de correto/incorreto, busca-se documentar uma língua tal como ela se manifesta no momento da descrição. Nessa perspectiva, a gramática descritiva tem uma visão despida de qualquer preconceito linguístico. O seu campo de atuação é mais amplo, visto que contempla toda a diversidade, não se restringindo à abordagem da variante padrão.

 A gramática descritiva ou sincrônica (do grego syn- 'reunião', chrónos 'tempo') é o estudo do mecanismo pelo qual uma dada língua funciona, num dado momento, como meio de comunicação entre os seus falantes, e da análise da estrutura, ou configuração formal, que nesse momento a caracteriza. A gramática descritiva propõe-se a descrever as regras da língua falada, as quais independem do que a gramática normativa prescreve como "correto". Segundo Possenti, "é a que orienta, o trabalho dos linguistas cuja preocupação é descrever e/ou explicar as línguas tais como elas são faladas." Assim, diferentemente da gramática normativa, na gramática descritiva, as regras derivam do uso da língua.

 A partir da constatação de que a gramática normativa não era capaz de conta do uso real da língua por seus falantes, surgiram outras concepções e, consequentemente, outras acepções de gramática. TRAVAGLIA cita três tipos de gramática: normativa (também chamada de tradicional), descritiva e internalizada  ou implícita.

 A gramática descritiva está ligada a uma determinada comunidade linguística e reúne as formas gramaticais aceitas por estas comunidades. Como a língua sofre mudanças, frequentemente muito do que é prescrito na gramática normativa já não é mais usado pelos falantes de uma língua. A gramática descritiva não tem o objetivo de apontar erros, mas sim identificar todas as formas de expressão existentes e verificar quando e por quem são produzidas.

 Enquanto a gramática normativa considera como erros o uso de formas diferentes da norma culta da língua (tornada oficial), na perspectiva da gramática descritiva, o erro gramatical não existe, ou, explicando melhor: ao adotar um critério social, não linguístico, de correção, a gramática descritiva considera erradas apenas as formas ou estruturas gramaticais não presentes regularmente nas variedades reconhecidas pelos falantes de uma língua. 

 Enfim, a gramática descritiva objetiva estudar a língua em suas diferentes manifestações, rompendo com qualquer tipo de estigma. 

Tipos de Gramática - Parte II

 No artigo anterior tivemos a oportunidade de pincelar acerca da Gramática Normativa e vimos que ela prescreve as regras, normas gramaticais de uma língua e que ela também admite somente uma forma correta para a realização da língua, tratando as variações como erros gramaticais. Vimos que a Gramática Normativa na atualidade é muito criticada pelos gramáticos, pois já se admitem outras gramáticas como a descritiva, a gerativa, etc.

 Já sabemos que a Gramática Normativa toma como base as regras gramaticais tradicionais e o uso da língua por dialetos de prestígio como, por exemplo, obras literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. As variedades linguísticas faladas são tratadas como desvio da norma até que sejam dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. Nada disso é surpresa, é o que já dissemos antes, quando é criado um novo vocábulo, de início a gramática não aceita, depois de anos, a gramática acaba se apropriando do vocábulo e passa a tê-lo como fator culto.

 Alvo de críticas ou não a Gramática Normativa extremamente importante para todos os usuários da língua, pois é com ela que se analisam as sentenças produzidas pelos falantes. Dessa maneira, as obras literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. são materiais que formam a base para que se obtenham regras gramaticais de cunhos tradicionais. E, sendo assim, as variedades linguísticas faladas são tratadas como desvios da norma culta até que sejam dicionarizadas  e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. O que eu quero dizer é que um vocábulo dado hoje como "errado" pela Gramática Normativa pode ser considerado padrão "certo" daqui a cem anos, por exemplo. Ou seja, chega uma hora que a Gramática Normativa precisa "engolir" a língua. É como uma mãe que depois de o filho tanto insistir naquilo negado antes por ela, ela acaba cedendo.

 A Gramática Normativa é uma disciplina e tem por finalidade codificar o uso do idioma, induzindo as normas que representam o ideal da expressão correta. As regras da Gramática Normativa são fundamentadas nas obras dos grandes escritores, onde é colocado um ideal de perfeição da língua como se não houvesse variações de pessoa para pessoa, dependendo do meio do contexto. É nela que se espelha o uso idiomático que se consagrou.  

Tipos de Gramática - Parte I

 A Gramática regula a linguagem e estabelece padrões de escrita e da fala para os falantes de uma língua. Graças a ela, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua, da língua portuguesa, no nosso caso. 

 É papel da Gramática ultrapassar a visão reducionista que faz da língua um aglomerado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. Sabemos que a Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável são os falantes, ou seja, os agentes da comunicação. Não é de agora que sabemos que a língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado pelos seus falantes. Daí a existência de várias gramáticas para estudar a mesma ou várias línguas. 

 A Gramática Normativa é muito utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos. Ela busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente.

 Nela, a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua. A Gramática Normativa vai estudar a Fonologia através da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e da ortografia (representação correta da língua escrita). Na Morfologia ela estuda a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais. Por fim, a Sintaxe estuda a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à regência e à colocação pronominal. 

 A Gramática Descritiva ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações. Ela analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico. 

 A Gramática Histórica estuda a origem e a evolução histórica de uma língua, isto é, investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos. 

 A Gramática Comparativa estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas. Ela dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, como acabamos de ver, faz parte da Gramática Comparativa das línguas românicas. 

 Veremos um pouco mais sobre cada uma dessas gramáticas, separadamente, em artigos posteriores.

"Dividir em dois" e "dividir por dois", qual a diferença?

 Antes de mais nada, devemos considerar que o verbo "dividir", como tantos outros, tem várias acepções. Na Matemática, no entanto, o seu significado é único, preciso, que se refere a uma das quatro operações da aritmética. Qualquer número é divisível por outro, desde que esse outro não seja zero. Usa-se, então, nesse caso, a preposição POR. Dividindo esse número por dois, temos outro número que é a metade daquele número inicialmente tomado.

 Fora da Matemática, o verbo dividir tem mais o sentido de rachar, partir, separar em partes. Não há o conceito de número envolvido no processo. Quando dizemos: "o impacto foi tão violento que o carro foi dividido em dois", está claro que as duas partes não coincidem em forma, massa ou volume. Está claro também que esse "dois" quer dizer "duas partes" e não "dois carros". "Dividir em dois", então, é o caso em que algo de forma física é separado em duas partes, não sendo necessariamente uma parte igual à outra.

Te amo ou Amo-te?

Não erre mais! 


Te amo:  De acordo com as nossas regras gramaticais, não se pode iniciar frases com pronomes oblíquos. É erro, portanto, grafar desta forma.


Amo-te: É a forma correta e aceita. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Maracutaia

                                     ma.ra.cu.tai.a


Substantivo feminino
(Origem obscura)

[Brasil, Informal]: negócio ilícito ou ação ilegal, especialmente em administração pública. 

Sinônimos: falcatrua, fraude, tramoia, conchavo, arranjo, negociata


Exemplo de uso: 

Enquanto alguns estudavam intensamente para a prova, outros armavam uma maracutaia para ter acesso ao gabarito.




Trabalhos acadêmicos e norma culta da língua portuguesa: um crescente desastre



Todo trabalho acadêmico deve ser escrito de acordo com a norma culta da língua portuguesa e deve ser formatado de acordo com regras específicas. No Brasil, a norma é estipulada, salvo poucos casos, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

No entanto, com o crescente número de faculdades que não exigem padrões adequados dos conhecidos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso), tem se espalhado, no âmbito das bibliotecas universitárias online ou plataformas dedicadas à publicação de trabalhos diversos, um número sem igual de trabalhos de monografias de graduação, dissertações de mestrado e até teses de doutorado com problemas diversos e perigosos de revisão textual. Perigosos porque comprometem, por vezes, a própria teoria aplicada!

Muitos desses problemas são oriundos, inclusive, do que chamamos de "hipercorreção". Em geral, a hipercorreção é comum naquelas pessoas que acreditam ter o domínio da língua culta e, por isso, deslizam com grande frequência. Isso porque, como sabemos, a língua é um organismo vivo e mesmo os dedicados ao seu estudo incessante sabem da dificuldade que é manter um texto de acordo com os padrões da norma culta.

Como já cientes dessa dificuldade, os revisores profissionais preocupam-se em revisar sua própria revisão, consultando, sempre que necessário, gramáticas e dicionários diversos, além de teóricos da língua. Essa postura, no entanto, não é comum entre aqueles que já se acreditam como dominadores da norma culta.

Outro erro comum nesses trabalhos especializados é o fato de ignorarem, por vezes, o leitor leigo, aquele não especialista no assunto ou tema em questão. Todo trabalho acadêmico dever ser direcionado a leitores diversos, sejam eles de quais áreas forem. Isso quer dizer que devemos eliminar todos os jargões? Não necessariamente. Mas que, no uso desses, é necessário que se explique para quem não é versado nos mesmos estudos o significado do termo utilizado, uma contextualização bem elaborada ou, do contrário, trata-se de um pedantismo que pode comprometer todo o trabalho.

Os grandes escritores profissionais, intelectuais, editores e tradutores sabem da importância do revisor de textos, mas ainda falta às universidades o estabelecimento de padrões de exigência que impeçam a aceitação de TCC's sem uma qualidade mínima de clareza, coerência e coesão e aos profissionais o entendimento de que nem mesmo quem escreve bem está apto a revisar um texto!

- Texto extraído -