segunda-feira, 30 de maio de 2016

Regra do MARIO

Os verbos terminados em -iar são todos regulares, com exceção de cinco verbos cujas iniciais formam a palavra "MARIO".

copiar - eu copio / variar - eu vario / espiar - eu espio / ampliar - eu amplio / judiar - eu judio

Exceções:                             Verbos Irregulares:

Mediar                    -             eu medeio 
Ansiar                     -             eu anseio    
Remediar                -             eu remedeio
Incendiar                -             eu incendeio
Odiar                      -             eu odeio

10 dicas para escrever melhor

1- Seje não existe. É sempre seja.

2- A gente = nós / Agente = só secreto

3- Viagem = substantivo / Viajem = verbo

4- Tem = singular (ele tem) / Têm = plural (eles têm)

5- Não use acento grave (crase) antes de verbo. (a partir de) 

6- De     repente / por     isso / com     certeza (Sempre separados!)

7- As horas são representadas apenas com h: 1h, 2h, 15h, 21h.

8- Ansioso é com -s, excelente é com -xc e companhia é com -nh.

9- Quero falar, vamos brincar, preciso estudar... Sempre com r no final.

10- A maioria das pessoas é feliz. A maioria das pessoas são  felizes. (Corretas!)


E mais:
  • Leia muito.
  • Seja objetivo.
  • Revise a ortografia.
  • Evite redundâncias.
  • Evite o gerundismo.
  • Evite palavras estrangeiras.
  • Leia seus textos em voz alta.
  • Evite a repetição de palavras.
  • Escreva sobre coisas de que gosta.
  • Não use palavras difíceis/rebuscadas.
  • Cuidado com a pontuação e acentuação.
  • Adote o hábito de escrever corretamente na internet.

Vamos conhecer os nomes de algumas fobias

* Pistantrofobia - medo de confiar nas pessoas por ter tido experiências negativas no passado

* Acrofobia - medo de altura

* Automatonofobia - medo de bonecos de ventríloquo

* Brontofobia - medo de trovões e relâmpagos

* Biofobia - medo da vida

* Coitofobia - medo ou aversão a sexo 

* Clinofobia - medo de ir para cama

* Elurofobia - medo de gatos

* Epistemofobia - medo do conhecimento

* Glossofobia - medo de falar ou tentar falar em público

* Hobofobia - medo de bêbados ou mendigos

* Iatrofobia - medo de ir ao médico

* Literofobia - medo de letras

* Logofobia - medo de palavras

* Metatesiofobia - medo de mudar

* Necrofobia - medo de morte ou coisas mortas

* Obesofobia - medo de ganhar peso

* Ptesiofobia - medo de viajar de avião

* Quimofobia - medo de ondas

* Sociofobia - medo da sociedade ou de pessoas em geral

* Tripanofobia - medo de injeções

* Xenofobia - medo de estrangeiros e/ou estranhos

* Unatractifobia - medo de pessoas feias

* Zelofobia - medo irracional do ciúme

* Zoofobia - medo de animais

Concordância com "que" e "quem"

Quando o sujeito da frase for o pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente deste pronome. Quando o sujeito for  pronome quem, o verbo poderá permanecer na terceira pessoa do singular ou poderá concordar com o antecedente do pronome. 

Exemplos:

Sou eu que escrevo as poesias.  

Sou eu quem escrevo as poesias. 

Sou eu quem escreve as poesias.

Fomos nós que contamos o dinheiro.

Fomos nós quem contamos o dinheiro.

Fomos nós quem contou o dinheiro.


domingo, 29 de maio de 2016

10 dicas de português

10 dicas de português para ter sempre por perto

1- Há uma grande amizade entre mim e você.

2- Prefiro ler um bom livro a ir ao shopping. (Do que está errado)

3- Quando eu vir as fotos, falo com você. (Futuro do subjuntivo do verbo ver)

4- Este trabalho é para eu fazer. (O pronome mim não faz nada)

5- Iremos ao evento às 21h. (E não hs, hrs)

6- Ele tem cem reais e eles têm setecentos reais.

7- Quero assistir ao jogo do Brasil com você.

8- Hoje são 19. Hoje é dia 19. (Se houver a palavra dia, o verbo fica no singular)

9- Os Estados Unidos são uma potência. Estados Unidos é uma potência.

10- Prezado usuário, divulgue estas dicas. Obrigada! (Vírgula sempre após o vocativo)

Muitas vezes / Muitas das vezes

Para a surpresa de muitos, a duas expressões estão corretas. O uso delas vai depender do contexto. Ao inserirmos a contração (de + as), o sentido muda sutilmente. 

Quando dizemos muitas das vezes, fazemos referência a um conjunto já existente de vezes ou situações. Quando não há um conjunto preexistente, a locução muitas vezes vira sinônimo de frequentemente, e forma assídua ou repetida.

Alguns exemplos:

Tenho vivido momentos felizes em muitas das vezes e que fui a sua casa.

Eu já lhe disse isso muitas vezes.

Ele tem uma biblioteca em casa. Sempre vou visitá-lo. Muitas das vezes penso em ler um livro.

Já discutimos muitas vezes sem necessidade. 

Formação de Plural

Terminação            |         Regra                |         Exemplos
-----------------------------------------------------------------------------------------
vogal                        acrescenta-se s                 prato - pratos

m                             troca-se por ns                  bombom - bombons

ão, ã                         acrescenta-se s                 órfão - órfãos / fã - fãs

r, s, z                        acrescenta s                      dor - dores / freguês - fregueses
                                                                        gravidez - gravidezes

al, el, ol                     troca-se l por is                 normal - normais / cruel - crueis
                                                                        farol - farois

il (oxítonas)               troca-se il por is                juvenil - juvenis

il (paroxítonas)          troca-se il por eis              difícil - difíceis / frágil - frágeis

Numeral Coletivo

São palavras que indicam um conjunto numérico de seres ou período de tempo.

Alguns exemplos:

bimestre - período de dois meses

centena - conjunto de cem unidades

centenário - período de cem anos

década - período de dez anos

dezena - conjunto de dez unidades

lustro - período de cinco anos

milênio - período de mil anos

novena - período de nove dias

par - conjunto de duas unidades

quarentena - período de quarenta dias

quina - série de cinco números

resma - quinhentas folhas de papel



Obs.: Apesar de originalmente a palavra quarentena indicar um período de quarenta dias, hoje também significa isolamento, não importando o número de dias. 
Outros numerais coletivos: bíduo (período de dois dias), tríduo (período de três dias), semestre (período de seis meses), ano (período de doze meses), biênio (período de dois anos), sexênio (período de seis anos), trinca (conjunto de três elementos iguais), vintena (conjunto de vinte unidades), grosa (conjunto de cento e quarenta e quatro unidades ou doze dúzias), dístico (conjunto de dois versos), sextilha (conjunto de seis versos). 

Diminutivo das palavras terminadas em -r

flor - florZinha                                          bar - barZinho

menor - menorZinho                                 corredor - corredorZinho

mar - marZinho                                        colher - colherZinha

ar - arZinho                                             mulher - mulherZinha

colar - colarZinho                                     devagar - devagarZinho

amor - amorZinho                                    cor - corZinha

talher - talherZinho                                  pomar - pomarZinho


As regras para os sufixos diminutivos -inho e -zinho não são muito definidas, portanto não considere errado o termo devagarinho. Geralmente a preferência é a seguinte: palavras terminadas por vogal átona (pato- patinho, mala- malinha, pente- pentinho) formam o diminutivo com o sufixo -inho. Palavras terminadas por consoante (todas as do exemplo acima), formam o diminutivo com o sufixo – zinho. Outros exemplos: lápis-lapisinho/cruz -cruzinha/rapaz -rapazinho.


Escolas Literárias - Modernismo

Resumo de Modernismo (Literatura Brasileira)

Já estudamos que a Literatura Brasileira do século XIX foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo, pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. 

No século XX, surgiu um movimento que queria renovar o estilo da Literatura, rompendo com a Literatura tradicional do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo), buscando, assim, inovações modernas para o novo século: é o Modernismo (antes houve um momento de transição chamado de Pré-Modernismo). Os modernistas queriam uma Literatura livre, sem "fórmulas" e sem regras, sem palavras cultas e formais demais, sem o rebuscamento do vocabulário, sem a cultura tradicional e acadêmica. 

O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922, que foi a reunião de vários artistas (pintura, literatura, música, arquitetura, escultura, etc) de várias tendências artísticas que buscavam renovar as artes, difundindo suas ideias e rompendo, assim, com a cultura tradicional e conservadora do século XIX. 

O Modernismo teve três fases (gerações):

1ª Geração Modernista (1922 - 1930)

Os principais nomes dessa geração foram: Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade.

As principais características dessa geração foram: linguagem livre (poesia sem regras de rima e de métrica), linguagem coloquial (livre de formalismos e de palavras cultas), gírias e até erros gramaticais (porque os erros de gramática e a linguagem coloquial é a linguagem usada pelos brasileiros). Temas tratados com irreverência e ironia (bom-humor, piada, paródia), temas inspirados no cotidiano das pessoas e poemas "relâmpagos" (curtíssimos  e breves). 

Claro que tudo isso irritava os mais conservadores e tradicionais. 

Exemplo de texto modernista da primeira geração:


Pronominais (Oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro



Observe que: não existe rima, nem métrica, nem formalismos. A linguagem é coloquial e também é impregnada de irreverência e ironia. Não há preocupação com erros de português. Enquanto que a gramática diz que o correto é "dê-me", o poeta zomba da gramática e escreve "me dá". Ele está mais interessado na gramática coloquial que é usada no cotidiano das pessoas, ou seja: o poeta prefere a modalidade linguística mais adequada à realidade brasileira. 

Em outras palavras: "que se dane a gramática e os velhos conservadores do século passado, isso aqui é Modernismo, pô!". 

2ª Geração Modernista (1930 - 1945)

Essa geração também é conhecida como Geração de 30. É nessa fase que o Modernismo ganha mais força no Brasil. Os principais autores dessa geração foram: na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles; na prosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego

Na parte da prosa, os modernistas se interessaram por temas nacionais e usaram uma linguagem mais brasileira (uma linguagem mais regionalista). Destaque para o regionalismo nordestino, que retratou os problemas da região (seca e migração). Também podemos destacar o romance urbano (histórias das cidades grandes), que retratou a vida das famílias urbanas. 

Na poesia, continuamos com o verso livre, mas também encontramos uma poesia mais amadurecida e sensível à realidade, que questiona a existência humana e a inquietação social. 


3ª Geração Modernista (1945 - 1960)

Essa geração também é conhecida como Geração de 45. Os principais autores do período foram: Clarice Lispector, João Guimarães Rosa e Nelson Rodrigues, além de Ariano Suassuna e Lygia Fagundes Telles. 


A poesia volta a ficar um pouco mais formal (efeito "poesia é a arte da palavra") e há uma preocupação maior com o estilo e com a estética da poesia. Na prosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles trabalharam o aprofundamento psicológico dos personagens e inovaram as técnicas narrativas, quebrando o tradicional "início, meio e fim". Guimarães Rosa se dedicou ao regionalismo (ele é o autor de Grande Sertão: Veredas) e inovou a narrativa ao empregar o discurso indireto livre. O teatro ganhou força com Nelson Rodrigues. 

Escolas Literárias - Pré-Modernismo

Resumo do Pré-Modernismo (Literatura Brasileira)

Ao longo do século XIX a Literatura Brasileira foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo, pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. Depois de todos esses movimentos literários veio o Pré-Modernismo, um momento de transição para o Modernismo. 

O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária (ou seja: um período literário com características próprias), mas sim uma fase de transição entre os movimentos literários do século XIX e XX, já que ele mistura, de modo diversificado, as características do Modernismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. 

De modo geral, são características do Pré-Modernismo: transição entre os movimentos literários conservadores do século XIX (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo) e modernos do século XX (Modernismo), oscilação entre a linguagem culta e coloquial, exposição da realidade social brasileira, regionalismo, nacionalismo, temáticas históricas, econômicas, políticas e sociais


Autores importantes:

Euclides da Cunha: escreveu Os Sertões.

Lima Barreto: escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma.


Monteiro Lobato: autor do Sítio do Pica Pau Amarelo e do personagem Jeca Tatu.

Escolas Literárias - Simbolismo

Resumo de Simbolismo (Literatura Brasileira)

Já vimos que o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários que ocorreram na mesma época, que eles reagiam contra o sentimentalismo do Romantismo e que retratavam o mundo de modo real, observando-o e o descrevendo exatamente como ele é, sem emoção e sem sentimento. 

O Simbolismo foi um movimento literário que reagiu contra essa forma científica de ver o mundo, resgatando um pouco a segunda fase do Romantismo (o Ultrarromantismo, o "mal do século"). Porém, os simbolistas foram mais profundos no aspecto metafísico: eles eram muito mais filosóficos. 

Características do Simbolismo: mergulho no "eu" (introspecção), emoção, universo metafísico e filosófico, misticismo, desejo de transcender o mundo e alcançar o "cosmos", pessimismo (interesse pela morte, pelo oculto, pelo mistério e pela noite), subjetivismo e decadência humana (retoma as características do Ultrarromantismo). Desse modo, eles viam a realidade do mundo de uma maneira mais metafísica, usando uma linguagem cheia de metáforas, de imagens, de símbolos (daí vem o nome "Simbolismo"), de elementos sinestésicos (mistura de sensações; exemplo: visão com olfato). 

Principais Autores: Cruz e Souza e Eugênio de Castro. 

Exemplo de texto simbolista:


Cavador do Infinito (Cruz e Souza)

Com a lâmpada do Sonho desce aflito 

E sobe aos mundos mais imponderáveis, 

Vai abafando as queixas implacáveis, 

Da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito 
Sente, em redor, nos astros inefáveis. 
Cava nas fundas eras insondáveis 
O cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava 
mais o Infinito se transforma em lava 
E o cavador se perde nas distâncias...



Alto levanta a lâmpada do Sonho. 

E com o seu vulto pálido e tristonho 

Cava os abismos das eternas ânsias! 



Observe as metáforas ("lâmpada do Sonho", "cavador do trágico Infinito"), o "mergulho no Eu" (o poeta "mergulha em si mesmo", ou seja: ele mergulha no Infinito), o misticismo e o desejo de transcender a matéria ("e sobe aos mundos mais imponderáveis", "nos astros inefáveis") e o pessimismo ("e com o seu vulto pálido e tristinho", "cava os abismos das eternas ânsias"). O poeta se afunda em si próprio ("cava o Infinito") em busca do fundamento da existência humana (metafísica, filosofia) e se perde ("e o cavador se perde nas distâncias"). 

Escolas Literárias - Parnasianismo

Resumo do Parnasianismo (Literatura Brasileira)

Parnasianismo nada mais é do que o Realismo/Naturalismo na poesia. De modo geral, o Naturalismo e o Parnasianismo fazem parte do Realismo, sendo que o Naturalismo é um Realismo mais científico e o Parnasianismo é o Realismo na poesia. Os três movimentos aconteceram na mesma época. 

Ao contrário dos românticos do Romantismo (que eram movidos pelo excesso de sentimentos e de emoções), os poetas do Parnasianismo gostavam da linguagem rebuscada e racionalista, ou seja: eles gostavam da poesia mais elaborada. 

São características da poesia parnasianapreocupação com a forma, vocabulário culto e formal, objetivismo, apego à poesia clássica (com referências à mitologia grega e romana), a "arte pela arte" (compara a poesia como escultura, pintura ou qualquer outra arte), o gosto pela descrição (poesias que descrevem os fatos, as cenas, os objetos). 

Exemplo de poesia parnasiana:

Vaso Grego (Alberto de Oliveira)

Esta de áureos relevos, trabalhada,
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

Observe que: o vocabulário é bem rebuscado e formal (busca pela perfeição estética), não existe o sentimentalismo dos românticos (a poesia é descritiva, objetiva e racional), há diversas referências à cultura e à mitologia clássica ("aos deuses servir", "vinda do Olimpo", "Teos", "Anacreonte"), "arte pela arte" (a poesia é tratada como o vaso; o vaso representa a poesia). 

Principais Poetas do Parnasianismo: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. 


Outras informações: a poesia parnasianista foi o principal tipo de poesia do século XIX. Isso significa que a poesia só era considerada poesia de verdade se ela tivesse as características parnasianas (busca pela perfeição estética, formalidade, vocabulário culto, etc). 

Escolas Literárias - Naturalismo

Resumo de Naturalismo (Literatura Brasileira)

Na postagem anterior nós falamos a respeito do Realismo, período literário onde se buscava escrever a respeito da realidade brasileira, criticando-se a sociedade e o comportamento das pessoas de modo fiel à realidade (sem emotividade ou sentimentalismo, coisa que acontecia lá no Romantismo). 

O Naturalismo é uma ramificação do Realismo e ambos os movimentos se manifestaram na mesma época. Os naturalistas também faziam o que os realistas faziam (retratar a realidade humana), porém eles eram um pouco mais radicais, já que eles tratavam a realidade de um modo mais científico, ou seja: tratavam o ser humano como um objeto de estudo que deveria ser estudado por meio da observação fiel da realidade e também da experiência


Portanto, a característica principal do Naturalismo é o excesso da linguagem científica (cientificismo exagerado), que tratava o homem como um objeto de estudo científico. Por isso, a escrita naturalista é  simples e objetiva, porém repleta de descrições e de detalhes. Os naturalistas observavam os problemas sociais e lidavam com temas polêmicos da época (crimes, adultério, sexo, homossexualismo, violência, agressividade, etc...). Eles escreviam a respeito dos instintos e da personalidade humana.

Escolas Literárias - Realismo

Resumo de Realismo (Literatura Brasileira)

Vimos que o Romantismo foi um período da história da Literatura Brasileira caracterizado pela emoção e pelo sentimentalismo. Depois do Romantismo vieram dois movimentos: o Realismo e o Naturalismo.
O Realismo e o Naturalismo foram dois movimentos literários que ocorreram ao mesmo tempo, aparecendo depois do Romantismo. Neste artigo, nós vamos falar a respeito do Realismo. 

Contexto Histórico

Para entendermos o Realismo, nós precisamos entender o que estava acontecendo no Brasil naquela época. De modo geral, o nosso país estava sendo "sacudido" por uma série de mudanças sociais, econômicas e políticas. Afinal, nesse período, ocorreu a Abolição da Escravatura (1888),a decadência da economia açucareira, o crescimento da cafeicultura, a influência do pensamento positivista (vindo da França) e a Proclamação da República (1889). Ou seja: era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. 

Surgiu, então, o Realismo, uma tendência literária que era oposta ao Romantismo. Ao invés de os escritores se afundarem nos sentimentos e nas emoções interiores (como os românticos faziam), os escritores realistas, influenciados pela filosofia positivista, ficaram mais interessados em observar o mundo de um modo mais real e coerente (daí vem o nome "Realismo"). 

Características


Os escritores realistas, ao contrário dos românticos, não se envolviam emocionalmente. Ou seja: não existia mais aquele sentimentalismo do Romantismo. No Realismo, os escritores estavam mais preocupados em representar a realidade da forma mais concreta e fiel possível. Por isso, suas narrativas eram bem detalhadas e seus personagens eram trabalhados psicologicamente (análise psicológica). 

Portanto, o objetivo do Realismo era observar a sociedade do modo mais real, concreto e objetivo possível (sem a interferência das emoções), analisando os valores da sociedade e criticando suas instituições e os comportamentos da época. O casamento, por exemplo, era visto como uma instituição decadente por causa do adultério. A burguesia (classe social dos comerciantes urbanos) também era criticada.

Machado de Assis

O grande destaque do período foi Machado de Assis, um dos maiores escritores de toda a história da Literatura Brasileira. Sua escrita era caracterizada pela intertextualidade, pela metalinguagem pela análise realista do espírito humano e de seus valores. Algumas de suas obras mais famosas foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, além dos contos O Espelho, A Cartomante, Sereníssima República, dentre outros. 

Outros autores de destaque do Realismo foram: Raul Pompeia (autor de "O Ateneu") e Aluísio de Azevedo (autor de "O Cortiço"), além de Inglês de Souza, Domingos Olímpio e Adolfo Caminha.


Escolas Literárias - Romantismo

Resumo de Romantismo (Literatura Brasileira)

O Romantismo (seculo XIX) é o período literário que veio depois do Arcadismo (século XVIII) e é dividido em três fases: Primeira Geração (Indianismo), Segunda Geração (Ultrarromantismo) e Terceira Geração (Condoreirismo).

De modo geral, o Romantismo é caracterizado pela subjetividade, pela emoção, pelo sentimentalismo e pelo lirismo (à grosso modo, tudo isso é a mesma coisa). Ou seja: os escritores românticos escreviam de modo mais emotivo e sentimental, explorando as emoções e o drama humano.

A primeira fase dá destaque ao nacionalismo e ao índio (símbolo brasileiro), a segunda fase explora o drama humano, investigando o próprio "eu" (é uma fase mais dramática e depressiva) e a terceira fase explora a temática social. 


Primeira Geração (Indianismo)

No século XIX, o Brasil finalmente deixou de ser colônia de Portugal e conquistou a sua independência. Sendo assim, surgiu o desejo de fazer com que a nossa produção literária ficasse, de fato, mais "brasileira", afastando-se da literatura europeia e ganhando características mais próprias, ou seja: ficando mais nacional. Afinal, o Brasil agora é independente e precisa de uma literatura própria, precisa construir a sua cultura. 

Surgiu, então, a primeira fase do Romantismo, que era o Indianismo (Primeira Geração), que tinha como característica valorizar e exaltar tudo o que o Brasil tinha de bom: exaltação do índio (daí vem o nome "indianismo"), da natureza, da liberdade, além da presença do forte espírito patriótico (nacionalismo ufanista). Destacam-se nesse período: Gonçalves Dias (que escreveu Canção do Exílio, I-Juca-Pirama e Os Timbiras) e Gonçalves de Magalhães (que escreveu Suspiros Poéticos e Saudades, obra que iniciou o Romantismo no Brasil).

Exemplo de texto indianista:

Canção do Exílio 
(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá 
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá

Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas tem mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores

Esse poema foi escrito quando o poeta estava em Portugal. Portanto, o poema retrata a saudade do Brasil, exaltando suas características (palmeiras, sabiá, várzeas, flores, bosques, etc...). 

Na prosa, quem se destacou foi José de Alencar, que era um romancista "completo": escreveu romances históricos, indianistas, urbanos e regionalistas. É o autor de Iracema, grande obra do período. 

Também podemos destacar Joaquim Manoel de Macedo (autor de "A Moreninha") e Manuel Antônio de Almeida (autor de "Memórias de um Sargento de Milícias"). 


Segunda Geração (Ultrarromantismo)

O Ultrarromantismo é a segunda fase do Romantismo e é caracterizado pela influência do poeta britânico George Byron, que aborda temas depressivos e pessimistas, como a morte, a dor, o amor não correspondido, o tédio, a tristeza profunda, o individualismo, o saudosismo, o excesso de sentimentalismo, entre outros. Por isso, essa geração de poetas é conhecida como "Mal do Século". No Brasil, os principais autores foram: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varella.

Os poetas eram ultrarromânticos, ou seja: eles eram "ultrasentimentais", "ultraemotivos", "ultrasubjetivos".  Isso significa que eles eram bem emotivos e sentimentais.

Veja, agora, um trecho de um texto ultrarromântico.

Cântico do Calvário
(Fagundes Varela)

Mas não! Tu dormes no infinito seio 
Do Criador dos seres! Tu me falas 
Na voz dos ventos, no chorar das aves, 
Talvez das ondas no respiro flébil! 
Tu me contemplas lá do céu, quem sabe, 
No vulto solitário de uma estrela, 
E são teus raios que meu estro aquecem! 
Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho! 
Brilha e fulgura no azulado manto, 
Mas não te arrojes, lágrima da noite, 
Nas ondas nebulosas do ocidente! 
Brilha e fulgura! Quando a morte fria 
Sobre mim sacudir o pó das asas, 
Escada de Jacó serão teus raios 
Por onde asinha subirá minh'alma.

Observe como essa poesia está carregada de emoção e de sentimentos. Ela foi escrita por Fagundes Varela em memória de seu filho (morto em 1863).


Terceira Geração (Condoreirismo)

O Condoreirismo foi a terceira fase do Romantismo e tinha como característica a questão social: abolicionismo da escravidão, liberdade, republicanismo. O abolicionismo foi um tema de destaque nesse período, sendo bem explorado por Castro Alves (conhecido como o "poeta dos escravos"), que escreveu Navio Negreiro e Espumas Flutuantes

"Condoreirismo" vem de "condor", uma ave que tem uma visão ampla. Portanto, os escritores do período também agiam como condores, pois tinham uma visão ampla e conseguiam enxergar a realidade social e seus problemas. 

Outra característica é que o amor é realizado: o homem não fica mais idealizando sua musa inatingível (como ocorria antes), não ocorre mais o "amor platônico". Dessa vez, a mulher é algo muito mais real e a poesia é muito mais erótica.


Essa fase já começa a apresentar alguns elementos de transição para os próximos períodos da Literatura Brasileira: o Realismo e o Naturalismo.