terça-feira, 25 de abril de 2017

Tipos de Gramática - Parte I

 A Gramática regula a linguagem e estabelece padrões de escrita e da fala para os falantes de uma língua. Graças a ela, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua, da língua portuguesa, no nosso caso. 

 É papel da Gramática ultrapassar a visão reducionista que faz da língua um aglomerado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. Sabemos que a Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável são os falantes, ou seja, os agentes da comunicação. Não é de agora que sabemos que a língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado pelos seus falantes. Daí a existência de várias gramáticas para estudar a mesma ou várias línguas. 

 A Gramática Normativa é muito utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos. Ela busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente.

 Nela, a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua. A Gramática Normativa vai estudar a Fonologia através da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e da ortografia (representação correta da língua escrita). Na Morfologia ela estuda a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais. Por fim, a Sintaxe estuda a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à regência e à colocação pronominal. 

 A Gramática Descritiva ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações. Ela analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico. 

 A Gramática Histórica estuda a origem e a evolução histórica de uma língua, isto é, investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos. 

 A Gramática Comparativa estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas. Ela dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, como acabamos de ver, faz parte da Gramática Comparativa das línguas românicas. 

 Veremos um pouco mais sobre cada uma dessas gramáticas, separadamente, em artigos posteriores.

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